O Trichoderma spp. é um fungo que, na natureza, tem um papel super importante. Ele ajuda as plantas a crescerem melhor, protegendo as raízes contra doenças causadas por outros fungos ruins. Por isso, é muito usado na agricultura, na produção de alimentos, e até nas indústrias de papel e têxtil.
Muita gente que cultiva plantas adora o Trichoderma, porque ele trabalha como um protetor natural das raízes.
Mas no mundo do cultivo de cogumelos, a história é bem diferente.
Quando o Trichoderma aparece no substrato dos cogumelos, ele vira um problema sério. Ele é o responsável pela chamada doença do mofo verde, que ataca o micélio, impede o crescimento dos cogumelos e pode estragar toda a colônia.
Ou seja, embora ele seja um herói nas hortas e plantações, no cultivo de cogumelos ele é o vilão da história.
O que é Trichoderma?
Trichoderma (também conhecido como mofo verde ou mofo florestal) é uma forma comum de mofo. Está presente em todos os tipos de solo e se espalha por todo o mundo.
Classificação científica Trichoderma:
- Reino: Fungi
- Divisão: Ascomycota
- Classe: Sordariomycetes
- Ordem: Hypocreales
- Família: Hypocreaceae
- Gênero: Trichoderma
- Espécie tipo: Trichoderma fuliginoides
- Espécies: Lista de espécies de Trichoderma
O gênero Trichoderma foi descoberto em 1794 pelo cientista alemão Christiaan Persoon. No começo, acreditava-se que existia apenas uma espécie, chamada Trichoderma viride, por causa do famoso mofo verde que ela produz.
Com o tempo, os estudos avançaram, mas a classificação desse gênero sempre foi complicada. Hoje, estima-se que o gênero Trichoderma tenha entre 200 e 400 espécies diferentes, mas muitos cientistas acreditam que:
- Algumas dessas espécies podem, na verdade, ser a mesma com nomes diferentes (sinônimos).
- Outras talvez nem pertençam ao gênero Trichoderma.
Ou seja, a taxonomia (classificação científica) desse grupo ainda é um assunto em aberto.
Atualmente, a Lista de Espécies de Trichoderma reconhece oficialmente 382 espécies — mas esse número pode mudar com novas descobertas.
Como identificar Trichoderma no micélio de cogumelos
Para quem está começando no cultivo de cogumelos, identificar o Trichoderma nos estágios iniciais pode ser bem difícil. Ele costuma parecer um micélio de cogumelo saudável ou até hematomas azuis, o que confunde muita gente.
Mas o Trichoderma tem algumas características bem típicas que ajudam a identificá-lo com atenção:
Cor:
- No início, ele aparece como uma mancha branca ou esbranquiçada, muito parecida com o micélio do cogumelo.
- Com o tempo, essa mancha amadurece e começa a ficar verde, porque o Trich libera milhões de esporos verdes, bem visíveis.
Então, se você perceber que alguma parte do seu substrato mudou de branco para verde rapidamente, é bem provável que seja Trichoderma — e isso exige ação rápida pra evitar que ele se espalhe.
Textura:
No início, o Trichoderma pode ter uma textura parecida com marshmallow, bem fofa e densa.
Às vezes, também pode parecer um pó bem fininho cobrindo o substrato — principalmente quando ele começa a soltar os esporos verdes.
Essa textura é diferente do micélio de cogumelo saudável, que costuma ser mais firme, brilhante e com aparência de "raiz peluda".
Se você notar uma área com textura fofa demais ou com pó esverdeado, fique atento: pode ser Trich começando a se espalhar.
Vamos ver um bom exemplo que ajuda muito quem está começando a identificar contaminações no cultivo de cogumelos:
Às vezes, o Trichoderma começa branco, assim como o micélio de cogumelo. Isso pode confundir bastante no início. Mas se você prestar atenção em alguns detalhes, dá pra perceber a diferença:
Na maioria dos cultivos caseiros, é difícil sentir cheiro logo no início da contaminação por Trichoderma, porque a quantidade de mofo é pequena.
Mas em cultivos maiores — como em fazendas — a coisa muda:
Quando o Trich começa a se espalhar, dá pra sentir um cheiro bem específico, que lembra cheiro de coco. Esse cheiro vem de uma substância produzida por ele chamada 6-Amil-α-pirona.
Dá pra identificar sem microscópio?
Sim! Mesmo sem um microscópio, dá pra identificar a olho nu, se você observar bem os sinais:
- Cor esbranquiçada que fica verde com o tempo
- Textura tipo algodão denso ou pó
- Crescimento rápido e localizado
Dica útil pra iniciantes:
Se tiver dúvida, use o celular pra tirar uma foto bem de perto, com boa luz. Ou compre uma lupinha com LED no estilo das que tem na Amazon. Isso ajuda MUITO a comparar com imagens de referência e perceber a diferença entre micélio saudável e contaminação por Trich.
Hematomas por cogumelos ou contaminação por Trichoderma?
Isso realmente confunde muito quem está começando: o Trichoderma spp., nas suas formas mais comuns como T. harzianum, T. viride e T. koningi, não começa verde.
No início, ele é branco, parecido com o micélio saudável.
E às vezes pode até apresentar um leve tom azulado, o que faz muita gente achar que é apenas um hematoma no micélio (o famoso "azulamento", que é normal em alguns casos).
💚 A coloração verde típica só aparece mais tarde, quando o Trichoderma entra em fase de esporulação — ou seja, quando já está se espalhando rápido e liberando milhões de esporos.
Então, o segredo está em observar textura, crescimento e localização:
Trich se espalha de forma agressiva e compacta, com aspecto fofo ou em pó.
- Micélio saudável tem fios delicados e cresce de forma mais suave.
- Hematomas geralmente são localizados, azulados e não aumentam de tamanho com o tempo.
Se estiver em dúvida ao ver uma mancha esbranquiçada ou azulada nas sementes (spawn), acompanhe por 2 a 3 dias. Se expandir rápido, ficar fofo ou mudar de cor, é quase certo que seja Trichoderma.
Como usar o teste de cotonete para detectar mofo verde
O teste do cotonete é um truque simples e muito usado por cultivadores iniciantes pra tentar descobrir se aquela mancha estranha no micélio é só um machucado ou contaminação por mofo, como Trichoderma (mofo verde) ou Penicillium (mofo azul).
Importante:
Esse teste só deve ser feito na fase de frutificação, quando o micélio já está produzindo cogumelos ou bem próximo disso.
Como funciona o teste:
- Pegue um cotonete branco limpo ou um cotonete novo.
- Passe com cuidado na área esquisita que você quer testar.
- Agora veja o resultado:
✅ Se o cotonete sair limpo, sem pegar cor:
Provavelmente é só um hematoma no micélio, que é normal e pode acontecer por toque, calor ou ressecamento.
❌ Se o cotonete sair com pó verde ou azul:
É quase certo que seja contaminação, porque os esporos dos mofos são pegajosos e grudam fácil em qualquer superfície.
É um teste bem simples, não é 100% confiável como um microscópio ou teste laboratorial, mas pode te salvar de perder uma colônia inteira se você identificar o Trich cedo!
📌 Dica final: mesmo se o cotonete sair limpo, acompanhe a área por 1 ou 2 dias. Se crescer, mudar de cor ou textura, descarte com segurança.
Causas comuns da contaminação por Trichoderma no cultivo de cogumelos
🚫 Principais causas de contaminação por Trichoderma:
🔴 1. Seringa ou cultura líquida contaminada
- Se a seringa já veio com esporos ou micélio contaminado, não tem como salvar. Sempre compre de fornecedor confiável como a Natura Myco, que só vende micélios Matriz e que passaram por testes rigorosos de qualidade!
🔴 2. Falta de higiene na hora de inocular
- Mãos, agulhas, seringas, substrato, tudo precisa estar limpo. Qualquer descuido vira porta de entrada pro Trichoderma.
🔴 3. Pasteurização mal feita no substrato bulk
- Trich morre com temperaturas acima de 60 °C por pelo menos 30 minutos. Se não fizer isso direito, os esporos sobrevivem e tomam conta.
🔴 4. Uso de esterilização em vez de pasteurização no bulk
- A pasteurização mantém bactérias boas que competem com o Trich. A esterilização mata tudo — inclusive essas bactérias úteis — o que pode facilitar a vida do Duende verde.
🔴 5. Esporos de Trichoderma espalhados no ar, água, ferramentas ou até por insetos
- Se você já teve Trich antes, os esporos podem ainda estar no ambiente. Ventiladores, AC, borrifadores ou ferramentas sujas espalham tudo.
🔴 6. Plantas perto da estufa ou monotub
- Plantas vivas podem carregar ou até abrigar Trichoderma. Mesmo que pareçam saudáveis, podem ser um problema.
🔴 7. Temperaturas altas (27 a 30 °C)
- Trichoderma ama calor. Temperaturas mais frescas ajudam a conter a contaminação.
🔴 8. pH baixo (ácido)
- Ambientes com pH entre 4 e 6 favorecem o Trich. Por isso, é bom manter o pH do substrato mais neutro.
Como prevenir a contaminação por Trichoderma no cultivo
🧹 1. Mantenha seu quarto limpo
- Limpe o ambiente com frequência. Use fungicidas sem cheiro e sem veneno, principalmente em locais que já tiveram mofo.
🧼 2. Higienize tudo após uma contaminação
- Se já teve Trichoderma, limpe bem tudo: Monotub, ferramentas, potes — de preferência com a mistura de água sanitária e água (1:10).
🧤 3. Faça tudo com muita higiene
- Use luvas sempre. Limpe ferramentas e superfícies com álcool isopropílico antes de qualquer etapa.
🌬️ 4. Desligue o ar, ventilador e feche as janelas
- Pare a circulação de ar pelo menos 1 hora antes de fazer qualquer procedimento com cogumelos.
📦 5. Use uma GloveBox, SAB ou fluxo laminar
- Essas caixas evitam que o ar contaminado atrapalhe a inoculação e transferências.
⚖️ 6. Ajuste o pH do substrato
- Use agentes tamponantes para deixar o pH ideal e evitar o Trichoderma.
🔥 7. Pasteurize ou esterilize o substrato a granel
- Esquente o substrato até pelo menos 60°C por 30 minutos. Isso mata os esporos do Trich.
🪵 8. Evite substratos com madeira ou palha
- Trich adora esse tipo de substrato. Se puder, prefira outros.
🛡️ 9. Proteja as saídas de ar do seu monotub
- Use polyfill, filtros ou fitas que deixam o ar passar, mas seguram os esporos.
🍄 10. Espere a colonização total antes da frutificação
- Só coloque pra frutificar quando o bolo/substrato estiver 100% colonizado. Manchas vazias = porta de entrada pro Trich.
🌡️ 11. Mantenha a estufa fria
- Tente manter abaixo de 27°C. Trich gosta de calor, seus cogumelos não.
📦 12. Deixe o monotub longe do chão
- Coloque na mesa ou prateleira. O chão acumula mofo e poeira.
💨 13. Garanta boa troca de ar (FAE)
- Trich adora ar parado. O segredo é deixar o ar circular bem.
💧 14. Use água limpa no borrifador ou umidificador
- Água suja = contaminação na certa.
🪴 15. Separe plantas e cogumelos
- Não cultive cogumelos no mesmo ambiente das suas plantas. Plantas ajudam a espalhar o Trich.
Como o pH do solo afeta Trichoderma
O mofo Trichoderma gosta de ambientes mais ácidos, com pH entre 4 e 6. Isso é uma boa notícia para quem cultiva cogumelos, porque a maioria dos cogumelos cresce melhor em ambientes com pH neutro ou um pouco alcalino, entre 6,5 e 8,5. Só algumas espécies comestíveis preferem um pH mais baixo, entre 5,5 e 6,5. Ou seja, se você ajustar o pH do seu substrato corretamente, pode evitar o crescimento do Trichoderma e proteger o seu cultivo.
Por que isso é importante?
Quando o micélio começa a tomar conta do substrato, ele vai deixando o ambiente mais ácido com o tempo. E a cada colheita (ou "descarga" de cogumelos), o substrato fica ainda mais ácido por causa dos resíduos que os cogumelos deixam. Isso abre espaço pro Trichoderma crescer.
Por exemplo:
Se você começar com um substrato e cobertura com pH 7,5 (mais alcalino), depois da 1ª ou 2ª colheita ele pode cair pra 6,0–6,5.
Agora, se você já começa com um substrato mais ácido (pH 5,5–6,5), depois da 2ª colheita o solo pode ficar ácido demais — e aí o risco de contaminação por Trichoderma é muito maior.
❗️É por isso que o mofo Trichoderma aparece geralmente na 2ª, 3ª ou até 4ª colheita, quando o substrato já ficou bem mais ácido.
Aditivos Para Substratos: O Que Usar no Cultivo a Granel
Pra ajustar o pH do substrato e evitar mofo (como o Trichoderma), você precisa usar um agente tamponante, que é basicamente um ingrediente que ajuda a controlar e manter o pH no nível certo.
O que funciona melhor?
Muita gente usa calcário (como farinha de calcário ou conchas de ostra moídas), mas isso é mais útil pra jardim, onde o solo fica meses ou anos. Como o cultivo de cogumelos é bem mais rápido, o calcário é lento demais e não resolve o problema do pH a tempo.
Por isso, o melhor é usar cal hidratada, também chamada de cal apagada. O nome científico dela é hidróxido de cálcio – Ca(OH)₂. Esse produto age super rápido, geralmente em até 24 horas, e é ótimo pra dar aquele “empurrão” no pH, principalmente quando você precisa subir o pH pra evitar mofo no substrato de cobertura.
E o gesso, serve pra quê?
O gesso (sulfato de cálcio – CaSO₄) não serve pra ajustar o pH. Ele é neutro, então não sobe nem baixa o pH. Mas ele tem uma função muito importante:
- Ajuda a deixar o substrato mais soltinho, com melhor circulação de ar (menos compactado).
- Evita que o pH fique oscilando demais, o que é ótimo pro micélio crescer bem.
- Tem cálcio e enxofre, que são nutrientes importantes pro desenvolvimento saudável dos cogumelos.
Ou seja, o gesso é um complemento importante, mas quem faz o trabalho rápido de ajustar o pH mesmo é a cal hidratada.
Substrato a Granel: Como Prevenir o Trichoderma
Antes de preparar seu substrato, é importante medir o pH. Isso ajuda a evitar contaminação, como o mofo Trichoderma. Sempre que for usar um novo pacote ou tijolo de fibra de coco, verifique o pH antes e depois de misturar todos os ingredientes.
A fibra de coco (também chamada de coco coir) é o ingrediente principal do substrato a granel. No rótulo geralmente diz que o pH é 6,5, mas na prática pode variar bastante — pode estar entre 5,5 e 6,5.
A receita básica mais usada é chamada de CVG, que significa:
- Coco (fibra de coco)
- Vermiculita
- Gesso
Você também pode adicionar cal hidratada (cal apagada) pra deixar o pH mais alcalino e mais seguro contra contaminações.
Receita simples de substrato CVG:
- 1 tijolo de fibra de coco (650g)
- 8 xícaras de vermiculita
- 1 xícara de gesso
(ou 1/2 xícara de gesso + 1/2 xícara de cal hidratada) - 18 xícaras de água quente
Essa receita é bem equilibrada. Você pode fazer mais ou menos quantidade, é só manter a mesma proporção.
Como preparar substrato com PH correto
Se você quer proteger seu cultivo contra o mofo verde (Trichoderma), a melhor defesa é usar um revestimento com pH ajustado.
Esse revestimento é feito com turfa (também chamada de esfagno), vermiculita, água e cal hidratada (também conhecida como cal apagada). A turfa é naturalmente ácida, com pH entre 2,5 e 4,5, mas o ideal é deixar o pH entre 7,8 e 8,5, que é um ambiente ruim para o Trichoderma crescer.
Receita do revestimento ideal:
- 2 xícaras de turfa (esfagno)
- 1 xícara de vermiculita
- 1 colher de sopa de cal hidratada
- 1 xícara de água
Pode fazer mais ou menos, só seguir a mesma proporção.
Esse tipo de revestimento não precisa ser esterilizado em panela de pressão, mas é legal fazer pasteurização (aquecimento controlado) pra garantir ainda mais segurança.
Como fazer a pasteurização:
- Misture tudo muito bem.
- Coloque em um pote de vidro, recipiente de plástico PP5 ou saco resistente.
- Esquente água em uma panela com tampa até chegar entre 65 e 75°C.
Coloque o recipiente com o revestimento dentro da água quente e mantenha essa temperatura por 1 a 2 horas.
⚠️ Não deixe passar de 80°C, pois isso pode matar bactérias boas.
- Deixe esfriar bem e descanse por 24 horas, isso ajuda a estabilizar o pH.
Antes de usar, meça o pH. Ele deve estar entre 7,8 e 8,5.
Se estiver baixo, adicione mais cal. Se estiver alto, coloque mais água.
Aplicando:
- Use ferramentas limpas.
- Aplique o revestimento por cima do substrato colonizado (já tomado pelo micélio).
- Espalhe bem e mantenha uma camada de mais ou menos 0,5 a 1 cm de altura.
- Coloque na frutificação logo depois.
Como reidratar substratos e evitar mofo verde
Uma forma de renovar o pH do substrato depois da colheita dos cogumelos é fazendo uma reidratação com água alcalina, ou seja, uma água com pH entre 8,0 e 9,0.
Pra isso, você vai usar cal hidratada misturada na água — ela é solúvel e vai deixar a água mais alcalina.
Isso ajuda a proteger o micélio de contaminações, principalmente do mofo verde (Trichoderma), e prepara o bolo para produzir mais cogumelos.
Depois de hidratar, você pode colocar uma nova camada de cobertura por cima do bolo, o que também ajuda a manter o pH ideal e evitar contaminações.
Essa etapa é opcional, mas vale muito a pena se você costuma ter problemas com contaminação.
⛔ Não precisa tirar a camada antiga do bolo.
É só colocar uma camada fininha nova (com cerca de 0,5 cm) por cima da que já está lá.
Essa camada de cobertura não tem nutrientes, então não atrai fungos ruins, mas ajuda o cogumelo a crescer.
Ela é feita de turfa (esfagno), vermiculita e cal hidratada, que além de segurar bem a umidade, funciona como uma barreira de proteção para o micélio.
Como Agir ao Ver Mofo Verde no Micélio
O Trichoderma cresce muito rápido e espalha esporos igual fogo. Por isso, é super importante isolar qualquer coisa contaminada.
🔴 Se você perceber que um bolo, bloco, pote ou placa de ágar está contaminado, tire isso da sua casa na hora!
- Mantenha tudo que estiver saudável — como ferramentas, substrato e os cogumelos bons — bem longe do que foi contaminado.
🔴 Nunca abra o pote ou saco contaminado dentro de casa.
- Se você fizer isso, os esporos do mofo podem se espalhar pelo ar e estragar todas as suas próximas colheitas.
🔴 Depois de mexer com algo contaminado, limpe tudo que encostou com água sanitária e depois com álcool.
- Isso inclui superfícies, ferramentas, sua roupa e até você mesmo — tome banho e troque de roupa, assim você evita que o mofo volte a aparecer.
💡 Uma dica legal: se você enterrar o bolo contaminado no quintal ou em um jardim, ele ainda pode dar cogumelos saudáveis ao ar livre.
É Possível Tratar Trichoderma em Sementes ou Bolos?
O Trichoderma é um mofo muito forte e cresce super rápido. Ele é tão resistente que nem a maioria dos fungicidas comuns consegue acabar com ele.
Seus esporos se espalham muito fácil pelo ar. Depois que você tem uma contaminação por Trich, é bem provável que ele volte nas próximas colheitas, então prepare-se para uma batalha que pode durar bastante tempo...
⛔️ Não adianta tentar salvar potes ou sacos que já estão contaminados.
O melhor a fazer é jogar fora — sem abrir dentro de casa!
Se precisar abrir, faça isso só do lado de fora, ao ar livre, onde os esporos não vão ficar presos no ambiente.
⛔️ Nunca use cogumelos de bolos contaminados pra fazer impressão de esporos. Mesmo que só a parte de cima pareça saudável, o Trichoderma pode estar lá também. Se você usar esses cogumelos, vai acabar com esporos contaminados logo de cara.
⛔️ Não tem como “tratar” Trichoderma. É um mofo muito difícil de eliminar, e quanto mais você tenta salvar algo contaminado, maior é o risco de espalhar os esporos pra tudo.
A melhor coisa a fazer é jogar fora o que já foi contaminado e focar em evitar que isso aconteça de novo.
⛔️ Se você tentar cortar a parte verde ou borrifar álcool ou água oxigenada, só vai espalhar os esporos ainda mais. Daqui a uns dias, o mofo volta com mais força.
🔥 Pensa no Trichoderma como um incêndio: se você tentar apagar errado, pode acabar espalhando ainda mais fogo. Então, é melhor remover tudo com cuidado e limpar bem o ambiente pra não ter problemas de novo.
Ágar Contaminado com Trichoderma Pode Ser Armazenado?
Sim, dá pra salvar uma cultura contaminada no ágar, mas dá um certo trabalho. O truque é pegar só a parte saudável do micélio (a parte branca e bonita, sem mofo) e transferir pra uma nova placa de ágar limpa.
Às vezes, você vai precisar fazer isso várias vezes (tipo umas 5 até 10 vezes!) pra conseguir uma cultura totalmente limpa, sem nenhum traço do mofo.
Esse processo vale a pena se for uma variedade muito rara, cara ou especial pra você. Ou se você curte o desafio e tem paciência pra esse tipo de experimento.
Como tratar o mofo Trichoderma no estágio inicial?
Atenção: qualquer dica para tratar mofo verde não é um conselho profissional, ok?
Se você está começando agora no cultivo, nem pense duas vezes: viu mofo verde? Jogue o bolo fora na hora e siga em frente.
Agora, tem uma situação bem específica que pode valer a pena tentar salvar: se o bolo já tiver alguns cogumelos pequenos crescendo (chamados de "pins") e a contaminação estiver bem no comecinho, ainda só com uma cor branca suspeita (sem ter ficado verde ainda).
Nesses casos, alguns cultivadores tentam segurar o Trichoderma, mas só funciona às vezes, e só se for no estágio inicial mesmo. Quando ele começa a ficar verde, aí já era. Não tem mais o que fazer. Joga fora logo, senão os esporos se espalham no ar e vão te dar dor de cabeça nos cultivos futuros.
Resumindo: não conte com milagres, Trichoderma é um inimigo sério. Se não agir rápido, ele toma conta de tudo.
Em alguns casos, quando a contaminação ainda está no começo, alguns cultivadores tentam controlar o problema usando sal, bicarbonato de sódio ou cal de jardim. Esse tipo de tratamento é mais comum para lidar com outros fungos como o Cobweb, a Mycogone (que causa a doença da bolha úmida) e outras contaminações parecidas.
Mas algumas pessoas também tentam usar esse método contra o mofo verde (Trichoderma). A ideia é aplicar uma boa quantidade desses produtos direto na área contaminada, tentando impedir que ela se espalhe.
Ainda assim, isso só funciona se for feito logo no começo da contaminação. Se o mofo já estiver avançado ou começando a ficar verde, dificilmente o tratamento vai funcionar.
Se você quiser tentar salvar um bolo de cogumelo que começou a apresentar mofo verde (Trichoderma), precisa agir bem no comecinho, antes que a área fique verde.
Uma das maneiras é cobrir completamente a parte branca contaminada com sal. É importante que a borda ao redor da parte infectada esteja bem selada com sal, pra evitar que o mofo continue se espalhando ou libere esporos no ar. Mas atenção: mesmo que a parte visível pareça controlada, o Trich pode estar crescendo por dentro do bolo, onde não dá pra ver.
Outro jeito de tentar parar a contaminação é usando peróxido de hidrogênio (água oxigenada) com concentração de 30%. É um produto bem forte e ácido, então você deve usar luvas e proteger os olhos. Borrife diretamente na área branca assim que perceber — não espere aparecer a cor verde, porque aí já será tarde demais.
Esses dois métodos funcionam em alguns casos, especialmente se você só está esperando terminar uma última colheita (o famoso flush). Só evite deixar o bolo de molho em água depois disso, pois isso pode fazer o mofo se espalhar por dentro.
Teve gente que conseguiu salvar um bloco de Panaeolus que já estava com Trich do tamanho de uma moeda e ainda colheu mais três vezes. Outros também conseguiram salvar blocos de cogumelos ostra com essas técnicas.
No fim das contas, micologistas profissionais preferem evitar qualquer tipo de tratamento e focam 100% na prevenção, mas quem cultiva em casa ou para consumo próprio acaba testando essas soluções para não perder tudo. Só é importante lembrar de equilibrar as coisas e sempre trabalhar com o máximo de higiene possível.
Posso reutilizar potes e recipientes após contaminação?
Sim, você pode reutilizar potes e câmaras de frutificação depois de uma contaminação, desde que limpe tudo do jeito certo.
- Primeiro, lave com água e sabão.
- Depois, deixe de molho ou limpe com uma solução de água com alvejante (água sanitária) para matar qualquer esporo de mofo.
- Por fim, passe álcool isopropílico para garantir uma desinfecção completa, principalmente na câmara de frutificação (caixa de sapato, monotubo, etc).
Esse processo ajuda a evitar que a contaminação volte nas próximas vezes que você for cultivar.
O Trichoderma serve para alguma coisa?
O Trichoderma é um fungo que, em muitos casos, é considerado um “fungo do bem”.
Ele é usado na agricultura para proteger as raízes das plantas contra outros fungos ruins, funciona como biofertilizante e ainda ajuda a planta a crescer mais forte. Também é muito usado na indústria alimentícia, têxtil e até na produção de papel, principalmente por causa das enzimas que ele produz.
Por exemplo:
- O Trichoderma viride é ótimo para proteger sementes e tratar plantas.
- O Trichoderma harzianum ajuda no controle biológico de pragas e doenças nas plantações.
- O Trichoderma reesei é usado na indústria pra dar aquele efeito “stone-washed” no jeans e produzir enzimas que servem pra várias coisas.
Mas… quando se trata de cultivo de cogumelos, o Trichoderma vira o vilão da história.
Ele contamina o substrato, cresce muito rápido e rouba os nutrientes dos cogumelos, impedindo o desenvolvimento deles.
Ou seja:
Trichoderma pode ser um aliado incrível... mas só se você não estiver cultivando cogumelos!
O Trichoderma é tóxico para humanos?
Esse fungo, que é super comum no cultivo de cogumelos, também pode aparecer em filtros de ar-condicionado, armários, paredes com umidade, carpetes, colchões, e até em cantos úmidos de banheiro e cozinha.
A maioria das pessoas saudáveis não tem problema com ele, porque nosso corpo lida com esporos o tempo todo. Mas em pessoas com o sistema imunológico fraco, ele pode causar reações sérias como:
- Alergias, tosse, espirros, dor de garganta e até asma;
- Infecções na pele, nos seios da face, no fígado e até no cérebro;
- Problemas respiratórios e inflamações sérias.
Algumas espécies de Trichoderma, como a T. longibrachiatum, produzem toxinas fortes que podem afetar até o cérebro ou o sistema imunológico. Mas calma: isso é muito raro e só acontece em quem está com a saúde bem comprometida.
Então o que fazer pra evitar problemas?
- Limpe bem sua casa com frequência, principalmente lugares úmidos;
- Troque e limpe os filtros do ar-condicionado e purificadores de ar;
- Deixe os ambientes bem ventilados;
- Use máscara e luvas ao manipular substratos e cultivos, principalmente se notar mofo;
- E claro, se ver sinais de contaminação por Trich nos seus cogumelos, descarte imediatamente o bolo, sem abrir dentro de casa.
Dica extra: O número de esporos varia conforme a casa e a época do ano, então cuide do ambiente antes de começar um novo cultivo.
